Publicada em 10/04/2024 ás 19:56:45
Somente os homens podem pertencer à Yakuza. Este é um dos princípios inquebráveis que regem a máfia japonesa, composta por mais de vinte grupos criminosos em todo o país. Em seus mais de três séculos de história, há apenas registros de uma mulher que completou o ritual de pertencimento à Yakuza.
Trata-se de Nishimura Mako, que hoje tem 57 anos e que mostrou desde muito jovem uma rebeldia incomum que a levou a se juntar a gangues de motociclistas conhecidas como bōsozoku. Seu encontro com um jovem membro da Yakuza foi o ponto de virada em sua vida: fascinada pelo mundo do crime organizado, ela logo se envolveu nas atividades ilícitas da máfia. A aparência frágil de Nishimura contrastava com sua inclinação para a violência: “Eu era muito boa lutando, nunca perdi para um homem”, confessou uma vez a Martina Baradel, pesquisadora da Universidade de Oxford, que ganhou sua confiança após anos estudando a Yakuza de dentro. Seu histórico criminoso - que incluía desde espancamentos de rivais até tráfico de drogas ou de mulheres para prostituí-las - e seu caráter implacável abriram portas que até então estavam fechadas para mulheres. A decadência da Yakuza nas últimas décadas e circunstâncias pessoais (ela é mãe de dois filhos) levaram Nishimura a abandonar o submundo e dar início a uma vida comum. Hoje ela gerencia uma instituição de caridade que se dedica a ajudar outros ex-membros que, como ela, buscam se reinserir na sociedade. Fascinada pela história de Nishimura e da Yakuza, Martina Baradel (Trieste, Itália, 1988) teceu uma rede de contatos com personalidades do crime organizado do Japão. Isto permitiu que ela construísse uma estreita amizade com Nishimura Mako, a quem visita frequentemente.
Por Diário da Feira via BBC
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